Setembro Amarelo: Prevenção ao Suicídio - “Se precisar, peça ajuda!”

Setembro amarelo é o título da campanha nacional de prevenção ao suicídio, sendo o dia 10 escolhido como Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Durante esse mês, iniciativas para promover a saúde mental e alertar a sociedade sobre a importância de discutir o tema são reforçadas por órgãos públicos e setores privados, funcionando como um compromisso global para alertar sobre esse problema.

A cor amarela faz referência à morte de Mike Emme, adolescente de 17 anos que tirou a própria vida em setembro de 1994, nos Estados Unidos. Ele tinha um Mustang amarelo e sua família distribuiu cartões com fitas amarelas e frases motivacionais no velório para ajudar pessoas que também estivessem enfrentando problemas emocionais. Essas fitas se tornaram o símbolo da campanha e, em 2015, também foram adotadas no Brasil.

A relevância da campanha é justificada pelos números: são cerca de 1 milhão de vidas perdidas por ano por suicídio, segundo a OMS, sendo cerca de 14 mil casos por ano no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.

Neste ano, o lema da campanha é "Se precisar, peça ajuda!". O objetivo é estimular nos cidadãos brasileiros uma postura ativa em relação ao cuidado com a própria saúde mental e no apoio a quem está por perto.

Esse movimento também visa reduzir o estigma em torno dessas questões, encorajando conversas abertas e honestas sobre o assunto. Ao aumentar a conscientização, podemos contribuir para a criação de ambientes mais acolhedores e compreensivos, onde as pessoas se sintam à vontade para buscar ajuda quando necessário.

Nesse sentido, é importante entender o suicídio como um fenômeno complexo que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero; que pode ser resultado de uma interação de fatores psicológicos, biológicos, culturais, socioambientais e até mesmo genéticos; e encará-lo como uma consequência final de um processo e não como uma forma simples e pontual na história do indivíduo.

Sabe-se que muitos casos de suicídios estão relacionados a alguma doença mental, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia. O abuso de substâncias psicoativas, como o álcool, também pode estar associado como um fator de risco importante.

Em relação ao comportamento que serve de alerta, quando se identifica um indivíduo que está em situação de desamparo, desesperança e com pensamentos negativos, por exemplo, vale ficar atento. Alguns outros sinais complementam essa lista:

  • Expressão de ideias ou de intenções suicidas;
  • Publicações das redes sociais com conteúdo negativista ou participação em grupos virtuais que incentivem o suicídio ou outros comportamentos associados;
  • Isolamento e distanciamento da família, dos amigos e dos grupos sociais, particularmente importante se a pessoa apresentava uma vida social ativa;
  • Atitudes perigosas que não necessariamente podem estar associadas ao desejo de morte e atitudes para-suicidas (dirigir perigosamente, beber descontroladamente, brigas constantes, agressividade, impulsividade, etc.);
  • Ausência ou abandono de planos para o futuro;
  • Forma desinteressada como a pessoa está lidando com algum evento estressor (acidente, desemprego, falência, separação dos pais, morte de alguém querido);
  • Despedidas (“acho que no próximo natal não estarei aqui com vocês”, ligações com conotação de despedida, distribuir os bens pessoais);
  • Colocar os assuntos em ordem, fazer um testamento, dar ou devolver os bens;
  • Queixas contínuas de sintomas como desconforto, angústia, falta de prazer ou sentido de vida e, finalmente;
  • Qualquer doença psiquiátrica não tratada (quadros psicóticos, transtornos alimentares e os transtornos afetivos de humor).

 

"Se informar para aprender e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave. É muito importante que as pessoas próximas saibam identificar que alguém está passando por essa situação e a ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar que está disponível para ajudar e demonstrar empatia, mas principalmente levando-a ao médico psiquiatra, que vai saber como manejar a situação e salvar esse paciente", diz a Associação Brasileira de Psiquiatria no site oficial da campanha.

Além disso, qualquer pessoa em sofrimento pode pedir ajuda ao Centro de Valorização da Vida - CVV, uma organização sem fins lucrativos, ativa desde 1962, que oferece suporte emocional e prevenção ao suicídio gratuitamente, pelos diversos canais da ONG, 24 horas por dia.

   

Material complementar:  

 Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio

 

 

Diretoria de Desenvolvimento de Pessoas – DIDP
Superintendência de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas – SGDP  

Última atualização: segunda, 2 Out 2023, 15:30